20/6/2018
Às vésperas do Dia Mundial dos Refugiados, comemorado nesta quarta-feira (20), as Nações Unidas alertaram que o número de pessoas deslocadas por guerras, violência e perseguições no mundo chegou a um novo recorde: 68,5 milhões. O dado sinaliza a importância de iniciativas de acolhimento e integração desses migrantes forçados. Atento a essa questão, o Viva Rio desenvolve projetos sociais voltados para refugiados, dentre estes, o Haiti Aqui e o Pérolas Negras.
O Pérolas Negras é um clube de futebol criado em 2011 pelo Viva Rio com o objetivo de ser um time mundial de refugiados. Com academias no Haiti e no Brasil, que são ao mesmo tempo casa, escola e centro de treinamento, o clube promove a igualdade de gênero e atende a todas as exigências da Fifa. São cerca de 150 atletas, meninos e meninas a partir de 11 anos que vivem e estudam na Academia Pérolas Negras nos arredores de Porto Príncipe.
Quando os atletas completam 16 anos, os jovens com mais talento são convidados a treinar em Paty do Alferes, no interior do Rio de Janeiro, onde encontram possibilidades reais de inserção no mercado do futebol. Uma novidade que o clube anunciou esse mês é a criação de mais uma categoria de futebol: o sub-17. Além disso, os atletas irão disputar a Série B do Campeonato Carioca, que inicia no dia 24 de junho. Com a criação do time sub-17 o Pérolas Negras passa a se credenciar para receber o certificado de clube formador, importante para o crescimento do clube.
Já o projeto Haiti Aqui, criado em 2014, tem o objetivo de facilitar a integração de migrantes, imigrantes e refugiados haitianos oferecendo um portal com informações sobre processos administrativos, oportunidades de emprego e cursos de capacitação, além de atendimento online para tirar dúvidas e um mapa com endereços úteis. O portal ainda conta com o Voz do Haiti, programa da Rádio Viva Rio totalmente dedicado à cultura haitiana. Além disso, o projeto promove eventos que auxiliam o imigrante em temas de saúde, trabalho, lazer, educação e família.
Paula Mello, responsável pela educação dos atletas do Pérolas, destaca que a convivência com pessoas de outros países e culturas enriquece ambos, tanto quem recebe quanto quem chega. “O que torna essa experiência rica é enxergar o refugiado não como uma pessoa que precisa de algo, mas como alguém que pode contribuir, entender que é uma relação de mão dupla. Quando você trabalha com refugiados, migrantes ou imigrantes, você tem que estar aberto para essa questão. É uma oportunidade de crescimento para quem convive e acolhe”.
O Viva Rio está no Haiti desde 2004. Convidado pela ONU, apoiou a população e as equipes de resgate durante o terremoto em 2010, e continua até hoje com projetos sociais, ambientais e culturais no país caribenho. Acreditamos que projetos como o Haiti Aqui e Pérolas Negras são extremamente importantes para facilitar a integração de imigrantes à sociedade.